Pais podem minimizar casos de preconceito

Cuidado ao emitir julgamentos maldosos e discriminatórios são essenciais.


Pais podem minimizar casos de preconceitoA julgar por Barack Obama, presidente negro dos Estados Unidos ou por Dilma Roussef, primeira presidenta do País, as barreiras do preconceito parecem amenizadas. No entanto, a quebra do paradigma de pré-julgamento nem sempre é percebida nas relações cotidianas, e as crianças, em especial, acabam seguindo muitos dos comportamentos percebidos ao seu redor. De acordo com Miriam Barros, psicóloga e psicoterapeuta, o preconceito é um julgamento ou ideia que se faz de algo sem a devida compreensão e “os pais têm muito poder em influenciar os filhos. Portanto, devem ter muito cuidado ao emitir julgamentos maldosos e discriminatórios sobre pessoas diferentes ou minorias".


Segundo uma pesquisa realizada entre estudantes, professores e diretores de 501 escolas públicas do Brasil pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Fipe, em 2009, negros, pobres e homossexuais são os mais acometidos por atos discriminatórios no ambiente escolar. O estudo aponta ainda que os principais fatores para tais atitudes estão relacionadas a gênero (38,2%), a deficiência (32,4%), a situação socioeconômica (25,1%) e a étnico-racial (22,9%), comportamentos resultantes, na maioria das vezes, de agressões e humilhações.


Para a especialista, o preconceito depende "do lugar e da cultura", mas na grande parte das vezes ele está relacionado a fatores como classe social, cor da pele, orientação sexual, e religião. “É difícil dizer quem discrimina mais, se são os ricos ou os pobres", salienta.


O papel dos pais é fundamental para trabalhar a postura de filhos que demonstram posturas preconceituosas com seus amigos e familiares. "É bom salientar para as crianças que ninguém é melhor ou pior do que outro e que o preconceito é uma forma de julgar as pessoas como boas ou más. Mostrá-las que nenhuma pessoa gosta de se sentir excluído ou ser alvo de chacota e que ninguém é merecedor de tal tratamento”, diz a psicóloga. “As crianças que são ensinadas durante a vida a enxergar as pessoas com compaixão e com humildade irão se tornar adultos com estas características", acrescenta.